14 agosto 2009

Poeira do passado

Escrevi-te na minha solidão
Pra mentir a tristeza
Que não houve paixão, que morreu
O amor.
Trancei-te entre meus dedos
E não vi o cigarro queimar
Junto à fumaça; nossas tralhas
Guardadas na poeira do passado
As toalhas bordadas ainda uso
Uma vez mais roçar no teu corpo
Teu cheiro sujo.
Que abandono no próximo banho
E perfume.
Guardei-te por anos... Hoje os planos
Mudaram
A vitrola não tocou as músicas
Que amaram junto a nós
Permanece no quadro a pintura
Tua
Marcado a texto no branco
Da moldura
O abismo de nossa incerteza
Tua vida boêmia, teus risos estúpidos.

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