19 outubro 2015

Entre nós






Entre as nossas almas puras
estrelas de ancestrais magias
pulsam duras vontades de não sei

parecido uma alegria infantil
de criativos pensamentos
-audaciosos projetos de nenhum tempo-

Os toques indeléveis
os planos indizíveis
agarram-se ao invisível
sentimento bom de cuidar
de querer atar-se
mesmo ao consequente
sofrimento

um novo rumo é construído
os pés desacostumados titubeiam
mas seguem em frente, bravios
a conhecer os mares.


Entrelaço





Um fractal divino
de flores
compõe
todo o espaço de meus olhos

lembrança espiritual de nós
na página lapidada da memória

cumplicidade santa
dos corações entregues

corda bamba
do desejo à distância

inquietude contida,
cálidos pensamentos
noturnos

nenhum escudo
nenhum veneno

mantras e louvores
a essência
dos diamantes

nos atam
num fractal
divino
de flores.

15 julho 2015

Nossas flores






Impregnei-me na noite para divertir

ouvi os escritos, li músicas clássicas
mas evitei comida, e só não fui comedida
por exceder o pensamento a ti.
                                                     
Abdiquei do vinho por um chá de gengibre e limão
depois de dançar, como havia prometido,
de olhos fechados
no tapete felpudo da sala.

Enquanto esperava esfriar a xícara
pus meus pés em água quente e ervas
e observei a fumaça do incenso
entre as orquídeas mais belas
sobre a mesa.

Citei teu nome para as flores
que brotassem ali
ajudassem a equilibrar tua embriaguez
(o centro delas é a harmonia do universo)

Ainda não havia flor, mas uma bolsinha
guardava a semente que ventanearia
a nossa poesia para outras espécies

nos perpetuando em pétalas.