29 setembro 2011

Gaiolas




Estou presa numa gaiola de tristezas
O mover diário não me desperta do sono
ao contrário, rompe os cacos coniventes
com os cortes, mas
não devo permanecer assim...
apenas uma minoria deixa que a raiz se expanda...
a Terra tem dessas alucinações;
Somos tão poucos nesse universo que flutua
sem chão!
somos tão... Desarma-me buscar explicações!

Mas nem conto. Tive um sonho verdadeiro
daqueles de causar sensações,
é meu amante, o sonho. O outro livro
censurado, porém da mesma biografia.
Vês? Estou bem. A chuva não veio tardia
apenas aproveitei para desbravar a tarde
Não vês? Ando até corada... Embora me
falte coragem de seguir o clarão
de riqueza imensurável descendo
E eu prostrada, com o milagre acontecendo
passiva, apesar da beleza, pois não consigo
minuciosamente,
dissecar
o sol.

23 setembro 2011

Poema leve-




Pediram-me para fazer um poema leve
Passei tempos a desfazer os tumultos
de pensamentos. Congestionados
pela insensatez das impurezas
alheias, instaladas em anseios
por sorte, nem tão obedientes
assim.

Pois bem;
Pediram leveza
isenta de minhas próprias ternuras
Observei a chuva
Lisa.fina. preguiça da manhã
Enquanto sutilmente o céu desarma
Me ponho prostrada, com a xícara quente;

Agora busco vento. Sombra, sem que
o peso do mundo permaneça enlatado
num aterro acomodado e distante, basta!
Me basta a primavera
Uma folha nessa mesa;

E o poema sai voando...