29 julho 2011

Estado líquido



Engraçado,meu passado líquido arrasta
das ruas em que brinquei aquilo que
ousei observar até conseguir ser :
A estrutura das pedras, o peso da rua;
A vizinhança, em sua mais nobre penitência!
As folhinhas nascidas no concreto,
avivam um fascínio e curiosidade mútua
A vida das bonecas soa em vã inocência...

O jardim abandonado, esconderijo do bairro
Os animais ignorados, noturnos gatos
No mais, fui me sendo, deixando de o ser
Construindo mundos, debatendo a leitura
Invadindo os pensamentos ao “ver”
seus mais inusitados personagens;
varrendo dos espelhos as cenas, de forma que preservada
minha solidão, pudesse me mover;

Esticando a pele, desenvolvo as paranóias sociais
Abuso de seus medos, e coisas ilícitas
Girando no carrossel de possibilidades
Atrapalhado pelo fim de cada escolha
Como se o mundo me rendesse o dia
E fosse patético meu ser, a parte aos vivos.

Não me digo em desperdício zero
Pois sobre meu teto chove quando quero.

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