30 agosto 2011
Intemperança modernista-
À Manuel Bandeira
Manuel Bandeira, quanta tristeza nos espreita
Teu olhar tênue e pernambucano se estende
no nariz longo e completa-se dentuço tua boca
carnuda, o teu semblante puro!
É do beco provinciano, essa coisa que tens
de não se fazer mal a ninguém...
O café, o cigarro e as mulheres que amaste
Não desfeitos, mas imersos no passado
de alusões, nostalgias das perdas precoces
Saturado de ausências. Ficasse só,
mais cheio de tudo tal qual varria o vento;
as canções de tua vida...
Tal qual caminhava nas ruas
A libertinagem trazia alumbramentos
Junto ao mau destino, nem foi tão ruim assim!
Cada coisa em seu lugar, te lembras?
Quando tudo parecia impregnado de eternidade
As tosses cessaram.
Trouxeram as reminiscências da infância
Como se fosse outra vida.
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