07 março 2010

Mãe;





Sei que desgostosa receberá o poema
Devo fugir do clichê e te dizer
‘ que não há apesar de tudo ‘
Sofro sem poder e devo te dar adeus!

Perdi-me dos afagos que costumo ouvir
Por aí.
Bebi em todos os bares que conheci
Provei das mais ilícitas drogas
Chorei pelo bairro, de porta em porta
E quando te ouvi chamar, me escondi.

Estranhei viver tanto tempo
Já que no meu nascimento
Foi-me dito a forca, por falta de sangue
E quase sem nome fui me adaptando ao berço...

E vejo que podiam ter me banhado em sal
Numa sexta chuvosa acompanhada de reza
Para me tirar as falhas da alma
As chagas do corpo e as estranhezas.

Perdão mãe, mas devo fugir do destino
Feito peregrino, sem lembranças...
Apenas das andanças que fazem calos
Amigos e as histórias do caminho.

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