18 maio 2013

Amor...




Do livro - Sangria Desatada.


LI



Mil textos não verbalizam o que não há denominação.

A mais profunda capacidade de amar é silenciar
ver além da pele, do caso e da alma
mais que isso, ser a alma. Livre. Leve e intensa.

A pulsação do universo é íntimo e coletivo
uma mãe maior em que habita(mos) até na morte.

Aliás, a morte inexiste no sentido de fim
o ciclo é constantemente simples e generoso

a folha que seca não desfolha a árvore
o pássaro que cai não desanuvia o céu
a estrela morta não deixa de brilhar
e nenhuma das coisas mortas deixam de acontecer,

as partes menores não são menos importantes
na verdade não existe o importante, nem verdade
porque não há infortúnios, nem mentiras.

Não existe falha, nem dor, e mesmo se houvesse dor
seria tranquilo, porque seria natural.

O amor é naturalmente, uma recordação.

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