16 fevereiro 2012

Pétalas ao vento




Uma pétala se desvencilha de seu
encanto em minhas mãos.
No interior amarelado é possível
entender das paixões, embora tantas,
não há motivo que culmine traição
pois se permitir vivê-las é como versejar:
Expor silêncios para aliviar o nada
um tropeço onde se desconstrói o amor.

Ah! Nosso amor de incensos, areia e pedras
Tanto mais repele a sensatez das mágoas
inevitáveis, aumenta necessário o desejo
(ainda que absurdo) revestido de consciência
à entrega de dúvidas e distâncias...

Do branco do jasmim apenas a proeza
inútil dos cheiros agradáveis, quem sabe;
soprar em fim de tarde as mentiras dos livros
engolidos por nós, embaixo de árvores frondosas,
testemunhas cruéis de que a maciez
do tato seja também o doce inferno
de caminhar o amanhã incontestavelmente solitário
embora não desprovido de ternura.

Não precisam nos explicar à noite,
é canção jogar idéias sem desferir palavras
Não nos indaguem sobre a paz,
é caos como tais tormentos nos
deixam mais leve a tatear no céu.
Apenas nos embriague a natureza com a calma
pueril de conformar o entendimento.

Pois não é preciso entender o
irresistivelmente inusitado,
nem questionar a verdade de um falso
arco-íris palpável;

Já que o amor se torna flor. E retorna vento.

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