Gosto do que desesperadamente falta
A caixa de fósforo
Com um palito queimado e cinzas
Que outrora serviu de despejo
Faltou cinzeiro, acaba o incenso, suja a cozinha.
Simbolizo meu querer à geladeira vazia
Apenas água e insosos temperos
encrostrados na porta junto às cascas
de ovos que colaram por desespero.
Gosto do desgosto da saudade selecionada
O choro plastificado das dores
Trouxe respostas e outros sonhos
Buscas incessantes de qualquer chance
( sem perspectivas!)
Gosto da falha pesadamente acidental
Numa construção artística que surge lento
Mas não consegue voar e ainda assim
Conhece a sensação de corpo suspenso.
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