08 agosto 2012

DejaVu II





A angústia não me pressiona mais,
aprendemos uma convivência norteadora
seguimos calmos, sorrindo manhosamente
em função das luas
a solidão nos uniu, nos tornou inquietante
parceria. A destreza dos brindes combinados
cantam. Estou feliz por estar feliz
quanta ingenuidade!
(meio falsa ela engana, a pureza está na angústia!)
toda pureza desperta angústia:
O bocejo do recém-nascido
A assiduidade do velho na praça
Aquela desabituada esquina.
Será inveja que a felicidade se aproxima?
Tantos rituais e eu repetindo ideias,
hoje lembrei de atravessar teu beijo
assaltar teu momento, onde quer que estejas,
nem me instiga saber
relativamente vou recuperando o sentido
de frieza.
Nós na mesa, sem precisar falar para
pedir a manteiga
nós, muito mais velhos que ontem
saboreando a malícia inculta dos meninos
isso insulta e alimenta o que sentimos.





Um comentário:

  1. Até onde um nome próprio concede propriedade? Com os sentidos vindo-a-tornar-se, as possibilidades não esgotam-se em meras datações. Lá onde eu leio, forças distintas me fazem dobrar, prescrutar as bibliotecas, articular os livros, a força de escrever-me na história, a arte que embriaga, o poder perder-se no nalfrago da existência, esse derivar, derivante, sou uma história improvisada, talvez um bricoleur, catador de restos, por vir, minha escrita aqui já é um rastro, passagem, não-origem, brisura, e por isso mesmo condição de possibilidade de qualquer "origem", de um certo "eu", articulado de pedaços, enxertos, juntados em um rosto nú-esburacado, que diz de lá, não estou aqui, onde estava? Passeando "Aquela desabituada esquina".

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