21 março 2012

Sálvia Divinorum




O mundo feito em dois minutos.
O mundo em mim, fractal e movido de pintura.
Tudo é borracha densa derretendo balbucios;
Cadê ele? A língua enrola enquanto a boca baba
(vi o duende na floresta) mas cadê ele?
Não era floresta, a casa testemunhava a agonia
Não eram visíveis, os olhos incrédulos creem!
Foi puxada abruptamente a alma, não havia corpo
além do nada, a realidade se desintegra e
transforma-se em nós, agora somos quadros,
uma surrealidade sem importância, pouco importa.
Ninguém nos pintou, é apenas mentira;

O amigo invisível acha engraçada minha cara, minha
calça verde. Todos riem, são desconexas as sensações
num segundo foram esfumaçados o todo individualizado
para comungar ainda mais irreal o que chamamos
morte; ou será nascimento?(se) tanto faz
o corpo desmembra
em ondas de borracha, quadro.
Porque tudo é mentira;
Apenas não a ideia xamânica turva e breve.

Tive medo. Fiquei curiosa:
O duende pegou em minha mão, e a mão não era minha
não havia dedos, porque não havia duende;
eram múltiplas as realidades
o entendimento foi desorientado em túneis
Minha calça não tem cura, é engraçada;
Somos hilários enquadrados de Dali!
Não é liquido nem concreto esse chão colorido,
esses móveis, tudo feito de mentira.
O tempo inexiste, a arte inexiste, a casa inexiste
Só existe o mundo emborrachado,
feito de loucura.

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