10 setembro 2010

Gozar a poesia





Não devo gozar minha poesia
E fazer de mim a própria musa
A quem lê, devo dizer:
A arte vale mais que isso! Deve valer
Um gozo alheio, uma lágrima, um riso.

Devo conceber filha minha
A construção dos séculos, dos novos tempos
Onde não exista distinção do modo
Que prevalece nos poetas, em determinados
momentos .

Não devo me ater aos elogios
os gritos mais sussurram
As críticas mais ensinam ; criam mitos
desdobram palavras e bifurcam seus
sentidos.

Não devo ser nem mesmo coerente
Não tento! Eu digo, humildemente
Sem querer me dizer em tudo
Contradizer, sobretudo se quero morrer.

Não devo gozar minha poesia
E eternizar-me em meu próprio mundo.

2 comentários:

  1. Seria um desafio gozar sua própria poesia sem distorcê-la e a si?

    Beijos

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  2. Foi quando eu andava em ondas virtuais e não tinha percebido que havia encontrado uma poeta...

    Muito massa, seu blog e suas escrituras.
    ;P

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