Não devo gozar minha poesia
E fazer de mim a própria musa
A quem lê, devo dizer:
A arte vale mais que isso! Deve valer
Um gozo alheio, uma lágrima, um riso.
Devo conceber filha minha
A construção dos séculos, dos novos tempos
Onde não exista distinção do modo
Que prevalece nos poetas, em determinados
momentos .
Não devo me ater aos elogios
os gritos mais sussurram
As críticas mais ensinam ; criam mitos
desdobram palavras e bifurcam seus
sentidos.
Não devo ser nem mesmo coerente
Não tento! Eu digo, humildemente
Sem querer me dizer em tudo
Contradizer, sobretudo se quero morrer.
Não devo gozar minha poesia
E eternizar-me em meu próprio mundo.