10 setembro 2010

Mais um dia





Sou várias faces de mim
Mas quando o sol desponta
Ainda claro
Quarto quente
Num bocejo me estico
Soluço
E assim permaneço.

(Por mais algum tempo)

Gozar a poesia





Não devo gozar minha poesia
E fazer de mim a própria musa
A quem lê, devo dizer:
A arte vale mais que isso! Deve valer
Um gozo alheio, uma lágrima, um riso.

Devo conceber filha minha
A construção dos séculos, dos novos tempos
Onde não exista distinção do modo
Que prevalece nos poetas, em determinados
momentos .

Não devo me ater aos elogios
os gritos mais sussurram
As críticas mais ensinam ; criam mitos
desdobram palavras e bifurcam seus
sentidos.

Não devo ser nem mesmo coerente
Não tento! Eu digo, humildemente
Sem querer me dizer em tudo
Contradizer, sobretudo se quero morrer.

Não devo gozar minha poesia
E eternizar-me em meu próprio mundo.

Rios ateus de minha alma





A impaciência me percorre as veias
Já não devo parar de mexer os pés
Passos os dias atropelando o tempo
E quando paro e fecho os olhos
A face oculta do meu pensamento
Indica-me o momento de fugir
E apenas só me vejo
... não saio do lugar!
Cega!
Corra pela paralela!
Me rendo
Me entrego
Me estrago
Me perco!
O abismo ainda espera meu engasgo
Belo e profundo
Quando correndo pelos rios ateus
De minha alma; dos cais do
mundo.

Minha Tragédia




Deixa eu chorar minha tragédia
Ironizar meus risos
E crer que há de haver
Um final feliz
Como nos filmes que fazem
Chorar as pessoas
Deixe-me! As lágrimas não precisam secar
Não as enxugarei e nem pararei
De doer as rosas.

O que é o amor? Acredito que não sei
Responder...
Meu rosto queima e meu final
Nunca foi feito de sorrisos sinceros
Que belo presente de dia das mães!
A filha assombrada no quarto
Pronta pra se matar
Sem se importar se é loucura
Pois ainda mais louco é aceitar
A vida.
A história é triste e ainda vivo.

Deixa eu chorar minha tragédia
E não falamos mais nisso.

Setembro de Primavera





De tantas novas eras...
Adolescências eternas
Novos temas e teóricos poemas
Das estações, dos cálculos
Mas esqueçamos isso!
Não é matemática, não há plano.
É o falso mês oito!
Setembro é sete! É nove, é vinte e oito...

E o florescer de mais um ano!