24 junho 2011

Eu e o Lobo





(...)

Eis minha palavra



Parei de fumar porque o mundo
não me permitiu o contrário
cada maço retinha uma fluidez
genuína e devolvia ranzinza, inseguro
uma força escura, me prendia
cada vez mais vago num engano
passo, e devolvia arranhado
esse cheiro impuro.

É verdade, parei de fumar. Mas da forma
Como meio mundo para
Assim meio sem parar.

21 junho 2011

Quisera eu...




Quisera eu criar dos meus dedos
a canção oculta surreal
que embala os mares
em noites complacentes enluaradas
nos bares em conversas agitadas
e quentes...
quando sou liquida e não menos curiosa
mesmo sendo displicente.

Quisera eu juntar todos os medos
No vai e vem dos meus pensamentos
E traumatizá-los, surtá-los de tontura
de tal forma, e tão definitivamente
que vencidos fossem embora!
Quisera eu! Abusar do sono e desgastá-lo
Tateando os pés sobre os lençóis
Dançando suavemente feito aurora...

Quisera eu furtar toda sabedoria
Abolir da carência alheia essa mania
dos acúmulos, mistificada na esperança inútil
de companhia... Quisera eu; limar
junto aos versos os perversos do mundo
e voar, ah! Como sonhei em voar
deixar pra trás o peso, os outros,
e de tão leve, alcançar o corvo de Edgar.