Vertigens Poéticas
Não é tempo,nem data, nem modelo. É quase...
18 janeiro 2019
04 fevereiro 2016
O grande encontro
Relacionar-se
com o objetivo do conhecer, não de apropriação. De crescimento, não de sucção.
Trocar energias e conhecimentos, compartilhando os passos, expandindo espaços.
Cada qual em seu degrau de aprendizado. Cuidar das dores para amenizar o
sofrimento. Sem julgamentos, transformar a mágoa em compaixão. Ousar aos
apontamentos para construir a excelência. Renovar a penitência em função do
fortalecimento. Os encontros nos constroem, mas o grande encontro nos promove.
Retornar para dentro de si é também perceber um novo saber atrelado ao antigo.
Reconhecer-se à essência maior, vivenciar os sentimentos de humildade,
compreensão e cuidado para desfrutar das sensações de plenitude, alegria, paz.
Amor incondicional. Há um universo que nos guia, basta confiar e se entregar...
Quero adentrar a floresta, e deixar ela adentrar em mim, afinal, somos terra,
planta, ar, água... Tudo composto da mesma pulsação divina dançante que faz do
milagre da existência essa magia toda inefável. Elementar. Refloresta(mente),
cultivar a terra que há de nos renovar. Trabalhar a percepção e silenciar tanta
coisa que não cabe em palavras. Há um rio que nos banha, em cada curva um
(re)encontro. Em todo fluxo, serenemos.
19 outubro 2015
Entre nós
Entre as nossas almas puras
estrelas de ancestrais magias
pulsam duras vontades de não sei
parecido uma alegria infantil
de criativos pensamentos
-audaciosos projetos de nenhum tempo-
Os toques indeléveis
os planos indizíveis
agarram-se ao invisível
sentimento bom de cuidar
de querer atar-se
mesmo ao consequente
sofrimento
um novo rumo é construído
os pés desacostumados titubeiam
mas seguem em frente, bravios
a conhecer os mares.
Entrelaço
Um fractal divino
de flores
compõe
todo o espaço de meus olhos
lembrança espiritual de nós
na página lapidada da memória
cumplicidade santa
dos corações entregues
corda bamba
do desejo à distância
inquietude contida,
cálidos pensamentos
noturnos
nenhum escudo
nenhum veneno
mantras e louvores
a essência
dos diamantes
nos atam
num fractal
divino
de flores.
15 julho 2015
Nossas flores
Impregnei-me na noite para divertir
ouvi os escritos, li músicas clássicas
mas evitei comida, e só não fui comedida
por exceder o pensamento a ti.
Abdiquei do vinho por um chá de gengibre e limão
depois de dançar, como havia prometido,
de olhos fechados
no tapete felpudo da sala.
Enquanto esperava esfriar a xícara
pus meus pés em água quente e ervas
e observei a fumaça do incenso
entre as orquídeas mais belas
sobre a mesa.
Citei teu nome para as flores
que brotassem ali
ajudassem a equilibrar tua embriaguez
(o centro delas é a harmonia do universo)
Ainda não havia flor, mas uma bolsinha
guardava a semente que ventanearia
a nossa poesia para outras espécies
nos perpetuando em pétalas.
28 abril 2014
A profundidade da palavra
As
palavras, como os objetos, são encontrados
nos
lugares mais inapropriados.
Como a
profundidade da palavra,
se uma
andorinha voando no céu
não
compõe o poema?
Dissipa
na magnitude do voo.
Assim
como o beija-flor parado
em seu
delicado bater de asas
não
compõe o poema;
escorre
na fragilidade da beleza.
As
explosões do astro rei; o contínuo
acordo
entre as luas e as marés,
a
sofisticadíssima tecnologia das plantas;
nada
disso compõe o poema.
A poesia
é a voz que narra o instinto
e vai
compondo a fotografia.
Disseram-me
que as palavras não têm vida,
mas sei
que são recicláveis:
Nada é
estático, tudo se resignifica.
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